Amigos:

31 de mar. de 2014

Minha querida esposa “Borderline”




Hare Krishna! a todos.” Com muito gosto, ai vai o meu relato ou até mesmo desabafo. E, se de alguma forma isto puder ajudar outros que passam por estas fazes e tem ''boderlaines'' na família, ficarei muito feliz.

''Tenho 53 anos e morava só, já há uns 11 anos. Não sei se é ''karma'', mas este tipo de pessoas de comportamento, até então, estranho para mim, sempre acabava de uma forma ou de outra se hospedando aqui em casa por alguns dias. Alguns, até muito violentos, outros mais amenos. Bom, vou tentar ser breve: Em setembro do ano passado acabei hospedando uma garota (irmã de fé), aqui em casa. E, o que me chamou a atenção, por ela ser bem jovem, foi a sua profunda falta de vontade em querer viver , muito depressiva, e as vezes até me agredia sem motivos aparentes para isto. Graças á ''Deus'', procurando na internet respostas para os maus tratos dela, acabei achando estes vídeos maravilhosos que vocês postam, acabei descobrindo que ela é ''borderlaine'', hoje estamos casados e temos seu site como terapia e estudamos nele juntos para melhorar nossa convivência aqui em casa. Pois, o terapeuta que fomos procurar, não nos passou a devida confiança e respeito, por isso o abandonamos. Bom, o intuito de eu estar escrevendo é para que todos saibam que estar casado com uma garota ''borderlaine'', não é só sofrimentos. Posso relatar duas ou mais vantagens muito boas neste tipo de relacionamento.: neste relacionamento não há traição, pois a pessoa ''borderlaine'' precisa muito se espelhar e ter como guia a pessoa amada, pois ela mesmo não tem uma personalidade definida, por isso ama o parceiro com muita intensidade. A “borderlaine” é altamente carinhosa com o esposo, vive 24 horas dando e necessitando de amor (só para ter uma ideia, em oito meses de casado, fazemos ''aquilo'' todos os dias). A companheira ''borderlaine'' nunca vê defeitos em você, (infelizmente vê muitos nela mesma), e ela vai fazer de tudo para agradá-lo pois, para ela, só em pensar em perder o amado lhe é causa de profundo sofrimento. Torna-se um mundinho só de dois. A impressão que dá, é que a pessoa ''borderlaine'' tem 3 ou 4 anos de idade, que é uma das melhores fazes de se lidar com a criança; é só procurar compreender e ouvir seus queixumes (que não são poucos); nunca falar palavras que a ponha pra baixo ou que poda aquilo que é muito útil pra ela (óbvio que olhando também o interesse de ambos).

Enfim, temos nisto uma rara oportunidade dada por Deus de ser útil. Cuidar, preocupar-se, passar amor, fazer com que muitas coisas que achamos de suma importância na vida, na verdade, não nos faz viver melhor e ainda tomam todo o nosso tempo . Esta é uma oportunidade de ser realmente útil para alguém que precisa muito de sua atenção, é de suma importância e muito gratificante também. Pode parecer até aproveitar-se da situação da ''borderlaine'' mais, a coisa mais incrível que noto até agora é que, a ''borderlaine'', por mais irritante que seja as vezes, é a única mulher que tem a capacidade de retribuir triplamente ''o amor '' que lhe é recebido do amado ''. Estou, até agora, e se Deus quiser por toda vida, ''muito feliz'' com o relacionamento com uma ''borderlaine. Na hora das crises, para o meu acalento e também do dela, vemos o vídeo ''borderlaine amigos e parentes'' no youtube, ele é muito confortante e instrutivo, assim como sua pagina também, Eilan. Muito obrigado mesmo. Sim, só mais uma coisa, você que entende, porquê não faz um site chamado: ''Borderlaine: a melhor mulher do mundo. A única mulher que retribui (mesmo depois das crises nervosas) o triplo de amor que um homem precisa ''. 

“Hare Krishna” minha irmã, Muito obrigado ''.

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* Essa foi uma dos emails mais lindos que já recebi. Sem palavras.

Hare Krishna!


26 de mar. de 2014

Quais os sinais de auto-mutilação em alguém com TPB?




A mídia nos dá uma imagem deturpada e esteriotipada de alguém que pratica a auto-mutilação, invocando imagens de adolescentes magros e sombrios, provavelmente com o cabelo tingido e vestidos de preto.


Assim como qualquer outro estereótipo, esta imagem pode ser aplicada a alguns que se envolvem em auto-mutilação , não chega perto de abranger a grande variedade de pessoas que fazem tal prática ou, mais importante ainda, as razões para as pessoas se envolverem neste comportamento.

Auto-mutilação é normalmente um sinal de um problema muito maior e é muitas vezes um sintoma de um distúrbio de saúde mental, como Transtorno de Personalidade Borderline ( TPB ) . O problema com o estereótipo é que podemos fechar os olhos para um amigo, um ente querido, ou colega de trabalho que podem estar se prejudicando, porque eles não se parecem com a pessoa " normal " que se auto -flagela.

Sinais de auto-mutilação:

Comportamentos auto- lesivos não discriminam. Qualquer pessoa, de uma empresária bem-sucedida ao melhor amigo de seu filho adolescente podem estar envolvidos. Mas se você não reconhecer os sinais de auto-agressão você pode nunca perceber, já que a maioria das pessoas que se envolvem em autolesão não medem esforços para cobrir as evidências.

Os sinais de auto-mutilação incluem os seguintes:

- Arranhões finos, quase como feitos por gatos;
- Machucados incomuns ou queimaduras;
- A pessoa usa regularmente mangas compridas ou roupas pesadas , mesmo se está quente;
- A pessoa parece deprimida ou ansiosa;
- A pessoa torna-se irritada ou na defensiva , se perguntada sobre os hematomas, queimaduras ou cortes.

Por que as pessoas fazem isso?

A auto-mutilação é também conhecida como auto- lesão não- suicida, já que aqueles que se dedicam a ela normalmente não pretendem acabar com a suas vidas. Então, por que elas fazem isso?

Há muitas razões:

- A auto-mutilação pode ser um mecanismo de enfrentamento, a dor sendo física e controlada, contra uma dor emocional incontrolável de um trauma passado, como abuso sexual ou negligência infantil;
- A auto-mutilação pode distrair alguém de tensões cotidianas, tais como problemas de relacionamento, problemas financeiros , ou um ambiente de trabalho estressante;
- A auto-mutilação pode ser uma tentativa de chamar a atenção de outros, ou um grito de socorro;
- Pode até ser um sintoma de psicose. A pessoa pode realmente ter ouvido "vozes", advertindo que se não se cortar, bater sua cabeça contra a parede, ou se envolver em outra auto-agressão, algo ruim vai acontecer.

Nem todo mundo que se mutila sofre de psicoses, é claro. Ainda assim, não há realmente nenhuma quantidade segura deste comportamento, então a ajuda deve ser procurada.

A auto-mutilação pode, de fato, levar a danos físicos irreparáveis. Em última análise, pode até mesmo levar a morte por um corte muito profundo ou de uma infecção resultante dele.

Há outras maneiras de enfrentamento saudáveis ​​lá fora. Há ainda terapias que pode ajudá-lo a parar seus comportamentos auto- prejudiciais.


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- Faz um tempo que eu não me corto. Sei lá, não sei bem como falar sobre isso. Fiz dois pequenos cortes na barriga um tempo desses, não me lembro o motivo, acho que estava frustrada. As vezes sinto falta como a que sinto de um cigarro. Às vezes nem lembro que eu fazia isso, até olhar para as minhas cicatrizes nos braços, que hoje andam expostas aos olhares do mundo, pois me cansei de usar sempre as mesmas roupas, todas de manga, e consequentemente morrer com o calor pernambucano.

Sinto falta de muitas coisas e fico pairando entre esse meu mundo border/real, onde sinceramente não sei onde me encaixo. Na dúvida é que a lâmina me chama. Lembro da sensação de paz e tenho vontade de fazê-lo. As vezes eu caio, mas no outro dia eu recomeço, como se tivesse simplesmente saído da dieta.

Cada dia é mais um, que eu saí da cama, que trabalhei, que lutei, que consegui, enfim.

Ainda acredito.


15 de mar. de 2014

Depoimento: Mais uma garota borderline.





Olá, borderline girl!

Também sou uma garota, hoje com quase 22 anos. Tenho crises desde os 13. No início acontecia geralmente uma vez por mês, próximo da tpm. Chegavam esses dias e minhas unhas quebravam. Eu me sentia feia e, desde então, comecei a desenvolver o hábito de pensar coisas negativas sobre mim. Passava a menstruação, eu pintava o cabelo. Naquele primeiro ano pintei inúmeras vezes o cabelo. Era muito impulsiva. Comecei a me relacionar amorosamente sem nem saber direito o que queria. O cara era um pouco mais velho que eu e me levava sair com a galera dele, onde rolava bebida e até drogas. Me pergunto às vezes, como ninguém daquele grupo notou que eu era uma pré-adolescente ainda sem personalidade? Comecei a desistir da escola e das pessoas normais, passava o dia dormindo. 

A auto-mutilação começou nessa época, não lembro direito quando exatamente. Mas era no banheiro de casa e quem acabava por assistir isso eram as pessoas mais próximas de mim, ou seja, minha família. Eles tentaram me levar numa psicóloga, mas eu estava revoltada e achei a médica uma arrogante. Fui sobrevivendo até notar que tinha feito minha mãe sofrer um monte, ela estava com olheiras enormes já. No segundo ano, decidi que seria uma boa aluna para orgulhar minha mãe. Decidi que melhoraria. Procurei me relacionar com pessoas boas e até fiz uma grande amiga nessa época. Mas os dias ruins ainda aconteciam, talvez com menos frequência. 

Promiscuidade também marcou um pouco essa fase. Mas, bem, até aí parece normal por se tratar de uma adolescente, não é? Bem que eu queria que tivesse ficado para trás. Consegui virar uma boa aluna sim, terminei a escola com a vaga dentro de uma faculdade federal já garantida. Nesse meio tempo, pelo menos três relacionamentos amorosos bastante conturbados. Cicatrizes no pulso. Antes de ir para a faculdade eu já estava bem mais amadurecida e resolvi tatuar por cima das cicatrizes. Tinha tampado boa parte das marcas. Mas meu pior corte foi no segundo ano da faculdade, já num quarto relacionamento sério, onde tive que fazer pontos e por isso hoje minha tatuagem está falhada... feia. 

Mas enfim, nesse texto não consigo contar tudo pelo que passei. Algumas crises marcaram mais, outras deletei. Nesse segundo ano de faculdade, 2012, aceitei a terapia. Antes disso, em 2010 tinha visitado um psiquiatra e um neurologista, indicações de amigos e conhecidos da minha família. A saga da minha mãe pela minha cura continuava, acho que continua até hoje. Então, em 2012 aceitei terapia, psiquiatra e medicação. Foi essa médica quem me diagnosticou como border. Foi ela que me internou durante as crises mais fortes. Foi ela quem me falou em investir num tratamento apoiado pela minha família. Eu tentei por um tempo, mas sempre me cobrei muito pelo valor gasto nesse tratamento. Foi com essa supervisão toda que me afastei da faculdade, trancando o curso. Fiquei alguns meses na casa dos meus pais dando continuidade a minha recuperação (o que causou tudo isso na verdade foi um término de relacionamento, segundo cara que me abandonou e eu não consegui aceitar tendo dificuldades até agora, no presente, de aceitar). 

Mas eu precisava fazer algo da minha vida e foi assim que planejei vir pra uma cidade diferente, longe de todo mundo, na busca de um emprego e uma estabilidade nova. Em agosto do ano passado fiz essa mudança. Tomei os medicamentos em agosto e passei esse mês procurando emprego. Em setembro comecei a trabalhar e, me sentindo bem, parei com a medicação. A médica e a terapia ficaram na outra cidade. Consequência: fiquei um mês naquele emprego e quando começaram as pressões, desisti. Já estou em um novo relacionamento e ainda consigo conturbar as coisas com a minha infelicidade geral com a vida. Assim contando, só me desmotivo mais... parece tudo tão feio, tão errado. Já me desmotivei a continuar escrevendo... te contato em outro momento quando conseguir falar sobre como me sinto agora. 


Obrigada pelo espaço de desabafo.


Att. J


* Espero que contate sim, J., e seja com notícias melhores. Continue tentando. Beijos e muita luz, Eilan.


10 de mar. de 2014

História do Transtorno de Personalidade Borderline




Inicialmente , foi sugerido que o transtorno de personalidade borderline beirava ou se sobrepunha com a esquizofrenia, psicoses não- esquizofrênicas e neuroses , como transtornos de ansiedade e depressão. Porque coincidiu com tantos outros diagnósticos psiquiátricos , foi comumente acreditado ser uma perda de tempo, com falta de precisão e de validade, e só é útil para pacientes que não se enquadravam claramente em outras categorias de diagnóstico. Pensou-se também que o transtorno respondia muito fracamente ao tratamento. Infelizmente, um grande número de profissionais de saúde mental , aparentemente não familiarizados com a literatura científica atual, ainda acham que isso é verdade.

No entanto, muitos estudos têm mostrado agora que o transtorno borderline tem validade e integridade diagnóstica. Alguns desses estudos indicam claramente que a doença não se sobrepõe com esquizofrenia. Além disso, o transtorno parece ser uma entidade diagnóstica distinta , embora co-ocorra com freqüência com outros transtornos mentais, como depressão e transtornos bipolar II , déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) , transtornos por uso de substâncias, transtorno de estresse pós -traumático ( PTSD), e com vários outros transtornos de personalidade.

Finalmente, medicamentos e formas específicas de psicoterapia têm se mostrado eficazes no tratamento do TPB, dando assim esperança substancial para aqueles que sofrem com isso, e para as seus famíliares e amigos.

Segue-se uma breve revisão histórica dos principais avanços na nossa compreensão e tratamento do transtorno borderline:

- Descrições de indivíduos demonstrando os sintomas do transtorno borderline foram mencionadas pela primeira vez na literatura médica quase 3.000 anos atrás.

- Em 1938, o psicanalista americano Adolph Stern descreveu pela primeira vez a maioria dos sintomas que são agora considerados como critérios diagnósticos do TPB. Ele sugeriu as possíveis causas da doença, e o que ele acreditava ser a forma mais eficaz de psicoterapia para estes pacientes. Finalmente , ele nomeou a doença , referindo-se a pacientes com os sintomas que ele descreveu como "o grupo de linha de fronteira (borderline)"

- O psicanalista Robert Knight, em 1940 , introduziu os conceitos da psicologia do ego em sua descrição do transtorno borderline. Psicologia do ego lida com as funções mentais que nos permitem perceber realisticamente eventos , integrar com sucesso os nossos pensamentos e sentimentos e desenvolver respostas eficazes para a vida que nos rodeia. Ele sugeriu que as pessoas com transtorno borderline têm deficiências em muitas dessas funções , e ele se refere a elas como "estados fronteiriços (borderline)". 

- O próximo grande contribuição no campo foi feita pela psicanalista Otto Kernberg. Na década de 1960, ele propôs que os transtornos mentais fossem determinados por três organizações de personalidade distintas: psicóticos , neuróticos e "personalidade borderline". Kernberg foi um forte defensor da terapia psicanalítica modificada para os pacientes com transtorno TPB que são capazes de se beneficiar dela.  

- Em 1968, Roy Grinker e seus colegas publicaram os resultados do primeiro estudo realizado em pacientes com transtorno borderline, a qual ele se referia como a "síndrome borderline".

- O próximo grande avanço ocorreu em 1975, quando John Gunderson e Margaret Cantor publicaram um artigo que sintetizou a informação relevante publicada sobre o transtorno borderline, e definiu as suas principais características. Gunderson então publicou um instrumento de pesquisa específica para melhorar o diagnóstico preciso do transtorno. Este instrumento permitiu aos pesquisadores do mundo inteiro verificar a validade e a integridade do borderline. Posteriormente, o TPB apareceu pela primeira vez no DSM- III como um diagnóstico psiquiátrico de boa-fé , em 1980.

- Em 1979, John Brinkley, Bernard Beitman e Robert Friedel propuseram que os medicamentos, especificamente baixas doses de neurolépticos (agora referidos como agentes antipsicóticos), são eficazes em reduzir alguns dos sintomas do transtorno borderline. A equipe de pesquisa de Friedel publicado um apoio a esta proposta  em 1986, em um dos primeiros dois estudos controlados com placebo para qualquer medicamento em pacientes com transtorno borderline. Uma descoberta semelhante foi relatado na mesma revista pela equipe de pesquisa de Paulo Soloff com uma medicação diferente da mesma classe. Desde então, outros estudos controlados de agentes similares têm apoiado e ampliado a conclusão inicial . Além disso , os medicamentos de outras classes foram relatados como tendo eficácia no tratamento dos sintomas do transtorno borderline. 

- Na década de 1980 , o primeiro de um grande número de neuroimagens , estudos bioquímicos e genéticos foram publicados indicando que o transtorno borderline está associado com distúrbios biológicos nas áreas do cérebro relacionadas com os sintomas da doença . 

- Em 1993, Marsha Linehan introduziu a terapia comportamental dialética (DBT), uma forma  de psicoterapia  específica e agora bem documentado para pacientes com transtorno borderline propensos a um comportamento auto-prejudicial e que necessitavam e solicitavam frequentes e breves internações. Desde então, outras formas de psicoterapia que são projetadas especificamente para o transtorno borderline foram desenvolvidas.

- Ao longo da última década, dois grupos de defesa foram fundados, o Treatment and Research Advancements Association for Personality Disorder (TARA APD), e a Aliança Nacional de Educação para o Transtorno de Personalidade Borderline - National Education Alliance for Borderline Personality Disorder ( NEA- BPD). As missões dessas organizações são: aumentar a consciência do transtorno borderline e seus tratamentos; prestar apoio a pessoas que sofrem de doença, e às suas famílias e amigos; aumentar o financiamento da pesquisa federal e privada dedicada transtorno , e para diminuir o estigma associado a ele.

(tradução/edição do artigo: "History of the Disorder", da página Borderline Personality Disorder Dismystified)




5 de mar. de 2014

Abuso de Substâncias e o Borderline (2)





Dois terços das pessoas com Transtorno Borderline abusam seriamente do álcool, drogas e / ou medicamentos prescritos .  Uma razão comum  relatada por borders para abusar de álcool e drogas é que tais comportamentos temporariamente aliviam a dor emocional grave que eles experimentam , especialmente quando sob estresse.
Previsivelmente, esse alívio é de curta duração . Pior ainda , o uso destas substâncias marcadamente
diminui o controle já prejudicado das emoções , comportamento impulsivo e capacidade de raciocínio .

É possível que algumas das alterações genéticas que são fatores de risco para o TPB também pode estar entre o grupo de genes que predispõem as pessoas ao alcoolismo e o abuso de drogas.

Critérios do DSM-IV-TR para Transtornos de Uso de Substâncias :

Existem dois tipos de transtornos por uso de substância , a dependência de drogas e o abuso de substâncias.

Dependência de Substâncias

Um padrão de uso de substância que leva a um comprometimento significativo ou sofrimento em três (ou mais) dos seguintes:

● tolerância , tal como definido por:
~ Uma necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para atingir o efeito desejado, ou
~ Um efeito acentuadamente diminuído com uso contínuo da mesma quantidade da substância.
 ● sintomas de abstinência característicos para a substância , ou aumento do uso para aliviar ou evitar sintomas de abstinência
● a substância é consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido 
● um desejo persistente ou esforços infrutíferos para reduzir ou controlar o uso da substância
● muito tempo é gasto em atividades para obter a substância , usar a substância , ou se recuperar de seus efeitos 
● atividades sociais , ocupacionais ou recreativas importantes são abandonadas ou reduzidas
● o uso da substância continua , apesar dele causar um  problema físico ou psicológico  persistente ou recorrente (por exemplo, o uso de cocaína , apesar do reconhecimento da depressão induzida por ela)

 Abuso de Substâncias: 

Um padrão de uso de substância que leva a um comprometimento significativo ou sofrimento em um (ou mais) dos seguintes:

● fracasso ao cumprir obrigações importantes no trabalho , na escola ou em casa;
● uso recorrente da substância em situações nas quais é fisicamente perigoso;
● problemas legais recorrentes relacionados à substância;
● uso contínuo da substância , apesar de ter problemas interpessoais ou sociais persistentes ou recorrentes, causados ou agravados pelos efeitos da substância.

Consequências do Abuso de Álcool e Drogas Ilícitas no Transtorno Borderline:

● dramático agravamento dos sintomas de transtorno;
● marcada diminuição da eficácia dos medicamentos e psicoterapia;
● vício e desejo e por estas substâncias.

Tratamento

Por todas estas razões, eu recomendo fortemente que meus pacientes com o TPB para que não usem álcool, não usarem drogas e tomar medicamentos prescritos apenas como ordenados por seus médicos. Além disso , encorajo aqueles pacientes que têm um transtorno relacionado ao uso de substâncias para se inscreverem em um programa de tratamento de álcool ou drogas, incluindo participação em reuniões dos Alcoólicos Anônimos ou Narcóticos Anônimos. Sugiro também a alguns deles que eles podem se beneficiar do Antabuse (remédio utilizado no tratamento de alcoolistas), se eles não são capazes de
controlar sua ingestão de álcool, ou o anti-epiléptico e estabilizador do humor Topiramato, devido ao seu potencial relatado para reduzir a ânsia por álcool e drogas em pacientes dependentes . A utilização de topiramato para o tratamento de Transtornos de uso de substância é um uso não padronizado da droga (não é uma indicação aprovada pela Food and Drug Administration , FDA ) . Os potenciais efeitos colaterais de ambas as drogas devem ser discutidos cuidadosamente com seu médico.

Conclusões

● transtornos por uso de substância são um dos mais fortes preditores de resultados pobres de tratamento a curto e a longo prazo do transtorno borderline.

● Há pouca ou nenhuma esperança de ganhar o controle sobre os sintomas do TPB, enquanto o álcool e outras drogas estão sendo usados ​​, não importa o quão apropriado do programa de tratamento seja.

(tradução livre/edição de: Substance-Use Disorders Co-Occurring with Borderline Disorder por Robert O. Friedel, M.D., autor de Borderline Personality Disorder Demystified e www.BPDdemystified.com .)