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30 de set. de 2013

Sobre recaídas e o medo da estabilidade. / Música Borderline

Ontem (28/09) eu me cortei. Após meses me controlando, após minha vida entrar em um túnel de uma razoável "normalidade", trabalhando, começando a tomar as rédeas da situação, praticando ioga, fazendo terapia cognitivo-comportamental além da análise, eu não aguentei a pressão e novamente recorri a gilete. 

É assustador ter que lidar com os mesmos problemas que eu lidava a seis meses atrás, só que com uma perspectiva diferente. Antes eu chorava por não estar com meu ex mas estava presa em casa, agora choro porque não estou presa em casa mas continuo sozinha. Na realidade, se eu for parar para analisar, os problemas aumentaram um pouco, porém graças aos Deuses aumentou minha rede de ajuda. Agora eu tenho que parecer estável num mundo de "estáveis", esconder os cortes debaixo de blusas de manga longa embaixo de um sol do nordeste, controlar a boca para não falar demais e mais do que tudo, reaprender a conviver com pessoas que não tem transtornos de personalidade. Isso quer dizer separar a Eilan do meu eu. 

Mas quando eu acabo e começa a Eilan? Minha psicóloga da cognitivo-comportamental me pediu para me definir e definir a Eilan e não consegui. Sei da Eilan: segura, sincera, com vontade de vencer, adorável. Eu? Só poderia falar uma coisa agora: covarde.

Aí entra a parte do medo da estabilidade. Porque é bem mais difícil se dizer pronta pra enfrentar a vida de frente. Isso quer dizer, no meu caso, parar de depender da minha mãe pra tudo, assumir o risco de encontrar meu ex em qualquer esquina, pagar todas as contas, tomar as próprias decisões sem o "borderline" na frente. Dá medo. As vezes eu só queria voltar mais no tempo, onde eu não sabia que era border e vivia iludida com uma vida que era baseada numa firmeza de teia de aranha. Eu sei, não condiz com meu discurso de Mindfulness, ioga e tal, mas também tenho meus momentos. Momentos de balançar, de me questionar, de cair, pra ter forças pra levantar.

Pois isso eu não posso abdicar: da crença que eu vou levantar. Passei pelo inferno. Sobrevivi. Não vai ser qualquer coisa que vai me nocautear tão feio novamente.

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Música Borderline: Ironic - Alanis Morissette

Escolhi essa porque é realmente irônica essa vida...


29 de set. de 2013

A Conexão entre o Transtorno de Personalidade Borderline e Genética





Se você tem o Transtorno de Personalidade Borderline, significa que seu filho vai ter também? Se você tiver pai ou mãe com o TPB, você vai ter sintomas do transtorno?

De acordo com Timothy Trull, Ph.D., professor de psicologia na University of Missouri College of Arts and Science, existem fortes evidências que a resposta para estas duas perguntas é "sim".

“Há uma boa evidência que encontramos um aumento de taxas da existência do borderline em parentes de indivíduos alvo que tem o TPB, quando comparados com pessoas cujos parentes não tem o transtorno" Trull disse durante uma palestra na NEA-BPD.

Porque há 258 formas diferentes que alguém pode se enquadrar no critério de diagnóstico do Transtorno de Personalidade Borderline, Trull disse, o transtorno pode ser que seja heterogêneo.

“A boa notícia é que estamos encontrando uma dimensão básica que descrevem as relações entre os sintomas muito bem", ele disse. "Isso é bom para a pesquisa genética, porque a primeira coisa em estudos genéticos é ter um fenótipo bem definido".

O TPB é de família?

Estudos mostram crescentes incidências de Transtorno de Personalidade Borderline em pessoas que tem parentes - geralmente em primeiro grau - que também sofrem do transtorno. Isso é mais frequente em um dos pais sendo Borderline.

“Nós temos estimativas que qualquer lugar de 9% a 25% daqueles com parentes diagnosticados com o Transtorno de Personalidade Borderline experienciaria algum tipo de patologia borderline" Trull disse, "o raio dependendo da severidade do diagnóstico, paciente ambulatorial x paciente internado, etc".

Ele sugere que então que ambos o TPB e traços do transtorno, parecem ser de família.

Estudos em Genética e o TPB

Ao falar sobre maneiras diferentes que esta conexão tem sido estudada, Trull sugeriu que os estudos em famílias adotivas seria útil no monitoramento dela. Mas não há nenhum.

"Em estudos de adoção você tirar proveito de algo que acontece por acaso", sugeriu. "Uma criança com um dos pais biológicos (geralmente a mãe, uma vez que seria mais fácil de controlar) com Transtorno de Personalidade Borderline é, por qualquer motivo, abandonada perto do nascimento e colocada em um lar adotivo.

"Se você rastreia essas crianças versus crianças que tinham mães biológicas sem TPB, você pode olhar para as taxas de TPB na medida em que você potencialmente encontra taxas mais altas de Transtorno de Personalidade Borderline com crianças que tinham mães com TPB, embora você não tenha a influência ambiental daquela mãe biológica. "

Embora os estudos de adoção em relação ao Transtorno de Personalidade Borderline ainda não existam, existem estudos com gêmeos em andamento. Estes são valiosos no fato de que os gêmeos idênticos compartilham quase 100 por cento de sua composição genética.

Monitorar a ocorrência de Transtorno de Personalidade Borderline em duas pessoas com, praticamente falando, a mesma constituição genética e em um ambiente compartilhado é importante no estudo genético de TPB. Ainda, Trull leva em conta o elemento de efeitos ambientais únicos.

"Estes são efeitos únicos. Não experiências compartilhadas pela família, mas as experiências que aconteceram a um indivíduo fora do contexto da família ", disse Trull. "Por exemplo, uma experiência de trauma ou estupro".

(tradução livre de "The Conection between Borderline Personality Disorder and Genetics")

25 de set. de 2013




Os humanos tem essa mania sofrível de sofrer por amores risíveis... Por que sofrer? Por que chorar? Se de todas as dores o amor é apenas mais uma a nos amolar? 
Difícil compreender que amores sejam feridas dolorosas que sangram por vidas inteiras... Se ao fim ao cabo nada mais simples do que simplesmente calar e ignorar a dor e simplesmente levar como uma unha encravada, ou um siso que rompe... Doer? Dói... Lógico que dói... Mas como todas as dores ela acaba acostumando e depois de certo tempo, quando deixamos de lutar, brigar, espernear e insistir em sofrer, a dor (que continua ali) passa a ser algo que remotamente registramos... Fica sendo aquela unha eternamente encravada que sempre vai perturbar quando usarmos um sapato novo – ou tentarmos amar outro alguém. Ou quem sabe aquele siso que não completa a eclosão e, quando menos esperamos, nos faz morder a gengiva nos proporcionando uma dor lancinante que nos vara o crânio como espada cruzando nossos cérebros e nos paralisando por alguns segundos... Mais ou menos como acontece quando a gente descobre que a mulher que nos deixou finalmente resolveu seguir a sua vida e, do nada surge sorrindo a nossa frente no corredor de um supermercado da vida com o olhar faiscando de gozo antecipado enquanto escolhe o vinho com o qual vai se deleitar usando a pele de sua nova amada como complemento... 
A dor de se estar diante desta cena no corredor de um mercado qualquer pode sim ser lancinante, pode nos cruzar o crânio como uma espada incandescente, despertando os sentimentos mais excruciantes de que se tem notícias... mas a verdade, meus caros, é que a dor só dói enquanto focamos nela e, nos cabe desejar ardentemente e pedir aos céus e à terra que, no momento em que tenha que haver o encontro lancinante no corredor de vinhos, sejamos capazes de sorrir, aceitar a sugestão do vinho que irá acompanhar a solidão que nos serve de frígida esposa e, nela, afogar a dor para sermos capazes de, no dia seguinte, tornarmos a esquecer o desconforto do sapato novo ou o ímpeto de nunca mais fazer compras na vida por medo de uma nova espada de flamejante realidade... 
Um dia desses alguém me disse que era mais fácil sumir da vida de alguém que enfrentar as consequências dos erros que se comete... eu, particularmente me debati, chorei, esperneei, sofri, lutei... sem sucesso... então, finalmente calei. Calei e me calo. E no silêncio me preparo para garantir que não precise experimentar sapatos novos por muito tempo e que, se precisar fazer compras, que seja capaz de sorrir o sorriso mais falso que uma homeopática dose de irônico senso de humor negro para com minha própria realidade seja capaz de produzir e que se possa juntamente prover uma suave amnésia que me permita esquecer onde guardei aquele formicida comprado no mês anterior para defender meus lírios...
Que venham as unhas encravadas e os sisos não rompidos trocando as dores lancinantes constantes, as finas e corrosivas perspectivas do desespero do SE ela vai ou não ligar pela remota possibilidade de eu ser mesmo muito azarada a ponto de cruzar no mercado com alguém que odeia fazer compras...

20 de set. de 2013

Mindfulness: Exercício de respiração / Música Borderline: Unwell - Matchbox 20




(não faz a menor idéia do que estou falando? Leia este post aqui, aqui e este aqui.)

Respirar é algo que acontece tão automaticamente que você não tem que pensar sobre isso, seu corpo faz sozinho.

Então, pelos próximos minutos, preste atenção especial à sua respiração. Seja curioso a respeito dela: Como se sente? Você está respirando profundamente pelo diafragma ou levemente pelo peito? Está respirando rápido ou devagar? Pela boca ou pelo nariz?

Agora perceba como se sente como você respira profundamente, preste atenção enquanto você você enche os pulmões de oxigênio, preenchendo seus pulmões enquanto seu estômago se expande com ar, então expirando profundamente, notando quealquer sensação que acontece enquanto você o faz. Faça isso algumas vezes, observindo como é respirar.

Enquanto está fazendo isso, você pode começar a perceber seus pensamentos se distraindo da sua respiração. Pode começar a se perguntar qual é o propósito deste exercício, ou sua atenção pode ir para algo completamente diferente: pensar no que você vai almoçar esta tarde, por exemplo, ou se preocupar com uma apresentação que tem que fazer no trabalho. Quando isso acontecer, simplesmente perceba que sua atenção se distraiu e, sem se julgar, traga-a para sua respiração.

Este é o exercício de Atenção Plena para a Respiração: focar na respiração, prestar atenção nela no momento presente e quando sua atenção se distrair dela, gentilmente trazê-la de volta a este momento. Muitas pessoas se dão conta frequentemente que este tipo de exercício as ajuda a se sentirem mais calmas, centradas e com os pés no chão. Em outras palavras, ele ajuda a diminuir a intensidade de qualquer emoção que está presente, para que você possa pensar racionalmente.

Quando você está começando a aprender estes exercícios de respiração, algumas pessoas notaram que se sentiram mais ansiosas. Se isso acontecer com você, tente da melhor forma que puder trabalhar esta ansiedade notando o que está acontecendo com o seu corpo: "Minha respiração está pouco profunda e acelerada. Meu coração está acelerando. Estou percebendo pensamentos conflituosos". Se você sentir que isso não está funcionando, sinta-se a vontade para parar, para pessoas com ansiedade os exercícios de respiração podem ser mais difíceis e você pode perceber que precisa parar um pouco para recomeçar depois.

(Fonte: Calming the Emotional Storm - Using Dialectical Behavior Therapy Skills to Manage your Emotions & Balance Your Life - Sheri Van Dijk, MSW)

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MÚSICA BORDERLINE: Matchbox Twenty - Unwell

Adorooo!! A letra tem a ver com todo mundo que foge um pouco da "normalidade" e pra completar eles tocaram hoje no Rock in Rio!


Tradução:

Indisposto


O dia todo olhando para o teto
Fazendo amizade com as sombras na parede
A noite toda ouvindo vozes me dizendo
Que eu deveria dormir um pouco
Pois amanhã pode ser bom para alguma coisa

Espere aí
Sinto que estou prestes a ter a um ataque nervoso
E eu não sei por que

Mas eu não estou louco, só estou um pouco indisposto
Eu sei que nesse momento você não pode perceber
Mas fique por aí e talvez você veja
Um outro lado meu
Eu não estou louco, só um pouco debilitado
Eu sei que agora você não dá a minima
Mas logo você vai pensar em mim
E como eu costumava ser... eu

Eu estou falando sozinho em publico
Driblando os olhares no trem
E eu sei, eu sei que todos estão falando de mim
Eu posso ouvir os sussurros
E me faz pensar
que deve ter alguma coisa errada, comigo
E por causa de todas horas que eu fiquei pensando
De alguma forma perdi a cabeça

Mas eu não estou louco, só estou um pouco indisposto
Eu sei que nesse momento você não pode perceber
Mas fique por aí e talvez você veja
Um outro lado meu
Eu não estou louco, só um pouco debilitado
Eu sei que agora você não dá a minima
Mas logo você vai pensar em mim
E como eu costumava ser

Tenho falado durante meu sono
Logo, logo, eles virão me buscar
Sim, eles estão me levando para longe

Mas eu não estou louco, só estou um pouco indisposto
Eu sei que nesse momento você não pode perceber
Mas fique por aí e talvez você veja
Um outro lado meu
Eu não estou louco, só um pouco debilitado
Eu sei que agora você não dá a minima
Mas logo você vai pensar em mim
E como eu costumava ser
Yeah, como eu costumava ser


Link: http://www.vagalume.com.br/matchbox-20/unwell-traducao.html#ixzz2fUAnXAiD


19 de set. de 2013

Eu ainda serei criativo se começar o tratamento para o TPB?




Artistas, escritores, músicos e atores são conhecidos por terem problemas com abuso de substâncias, comportamentos auto-destrutivos, tentativas de suicídio ou tragicamente tentativas que acabaram provocando morte. Hoje em dia não só vemos este tipo de coisa o tempo todo nos jornais sob a forma do comportamento auto-abusivo nas celebridades, mas também a história parece apoiar a correlação entre pessoas criativas e um tipo tipo de atitude que poderia ser facilmente interpretada como evidência do Transtorno de Personalidade Borderline.

Já foi sugerido que eram borders Vincent Van Gogh, que cortou parte de sua própria orelha e os autores Ernest Hemingway e Sylvia Plath, os dois cometendo suicídio. Eles são só alguns dos muitos ícones famosos que supostamente sofreram com o TPB. 

Os transtornos de personalidade e suas comorbidades são uma forma mais rápida de ter criatividade? Se você começas a se tratar pro TPB, abuso de substâncias ou depressão severa vai conseguir entrar em contato com seu lado artístico? O autor Stephen King já admitiu que seu maior medo quando estava trabalhando para se livrar dos vícios era perder sua criatividade. 

Aqui estão algumas razões pelas quais você não deve deixar que o medo de perder a sua criatividade o impeça de viver uma vida livre dos sintomas dolorosos do Transtorno de Personalidade Borderline:

A arte é sobre a comunicação e os relacionamentos. Recuperando-se do Transtorno de Personalidade Borderline pode significar relações mais fortes e uma capacidade de se comunicar melhor com os outros.

Entre em contato com mais de uma emoção. Recuperação irá oferecer-lhe uma gama completa de emoções, em vez de deixá-lo mergulhado em negatividade, com foco em uma emoção, e cortando possibilidade. Possibilidade é a criatividade.

Procure perspectiva. Se você acha que só pode acessar o seu lado criativo quando está triste, deprimido ou com dor, pense novamente. Como Henry Ford disse: "Se você acha que pode fazer alguma coisa, ou não pode - você está certo." Seja honesto com você mesmo sobre o que o está impedindo de dar o primeiro passo em direção à recuperação. Pergunte a si mesmo se você está usando a sua arte como uma desculpa para evitar o que pode ser uma estrada difícil de recuperação. Tente mudar sua perspectiva e imaginar a criatividade que vai saltar para a frente durante a viagem, quando você é capaz de dar uma visão mais clara de si mesmo e para o mundo ao seu redor.

Lembre-se que sua criatividade pertence a você, não ao seu transtorno. Experiências com um meio que você não costuma usar pode ajudá-lo a acessar a sua criatividade - e suas emoções - em um novo plano. Por exemplo, se você costuma pintar, tente escultura ou cerâmica. Se você é um compositor, tente desenhar as emoções que você deseja expressar ao invés de expressá-los através da música. 

Ioga e meditação também podem oferecer um meio para a criatividade que os seus sintomas costumavam fornecer. Você pode se surpreender com as novas idéias e nova criatividade que vem de ser um com o seu corpo e mente.



18 de set. de 2013

Do amor e dos excessos...




O amor, quando em excesso, não traz ao homem nem honra nem mérito. (Eurípedes)


Em momento costumeiro de autocrítica diária, analisei a fala de um amigo querido que, diante de minha abnegação em busca de soluções para um problema, que na teoria não é meu, me disse literalmente o seguinte:

COMOVC PODE SER TAO FODA ASSIM???
NA MORAL TE ADMIRO MUITO!!!!
UM DIA QUERO SER ASSIM TAMBÉM!!!

E refletindo a fala de meu querido amigo, posso compreender que ele tenha essa empatia comigo, visto que sou absolutamente persistente e obstinada... mas... e o excesso???

Pois bem, Eurípedes estava correto em sua teoria... e não, eu não concordo com meu amigo... eu não sou foda! E não isso não me surpreende... rs Mas com toda certeza vos digo:

Não me privo das honras devidas aos feitos embasados no amor... mas também não há como escapar da penalidade do que surge dos excessos...

E me dei conta disso hoje por uma razão específica...

Hoje é um dia especial.... especialmente doloroso e triste...

Hoje é um dos dias em que eu realmente me vejo indócil e aflita... vivenciando as agruras de um relacionamento de amor ainda muito mais intenso e muito mais indestrutível que aquele por quem meu querido amigo me designou como exemplo... Amor de mãe... de mãe distante 2000km de seu rebento que precisa hoje muito mais do que tudo do meu colo e do meu carinho.... e de saber que não está sozinha e que eu a amo sem a frieza de uma tela para dizer-lhe isso... E vejo que essas agruras advém do excesso... assim como a distância advém da escolha feita por excesso... e que segurar esse rojão sozinha também é (e com certeza o é principalmente) consequência das escolhas que fiz por excesso...
E me ver cheia de mimimi por não ter o apoio que eu me achava merecedora ter em um momento em que, com toda honestidade, meu mundo está ruindo... é mais um dos excessos...
Então, desta vez estou aqui pra dizer coisas muito simples... que todo mundo sabe... mas de um jeito um tantinho abusado que o amor é realmente incrível... mas que como toda droga ele precisa ser acompanhado de moderação... Pq TUDO que é em excesso, sobra.... e o que é sobra é resto... e ninguém precisa de restos pra viver....

Então ame... ame muito... e não desista de seus amores.... mas principalmente não desista daquele ser cheio de promessas que nunca te abandona mesmo nas horas ruins e que se esconde do outro lado do espelho....

Enquanto isso fico por aqui.... no aguardo de dias melhores e, principalmente, puxando minhas orelhas pra me fazer ver que sempre passei pelos naufrágios com as forças dos meus próprios braços... e não existe realmente nada, mas nada que me faça menos capaz agora de dar mais umas braçadas... por amor??? Com certeza... mas sem excessos...





(Não) Realidade



O mundo não era assim ontem. Tudo está um pouco... assustador, volátil. Enquanto no meu peito o vazio consome tudo, a minha volta o tudo se transforma. E uma sombra não é mais só uma sombra, um barulho não é mais só um barulho, as risadas se transformam em ofensas e as palavras adquirem significados paralelos. Eu não sei mais aonde estou, para onde estou indo, quem sou, porque eu estou fazendo o que estou fazendo. Meu cérebro uma bagunça, meus olhos embaçados, meu coração despedaçado. Meus pés me levam para um lugar qualquer e eu não sei, não sei coisa alguma. Sinto cheiro de mijo onde quer que eu esteja, tudo parece um pouco podre demais. Meus ouvidos escutam coisas que não deveriam ouvir. Não me sinto parte de meu próprio corpo. Sinto como se estivesse sendo seguida, observada, julgada. Olho para trás e não vejo nada, mas eu sinto, eu sei, tem alguém ali, bem ali, alguém que quer me fazer mal, do mesmo jeito que sinto alguém dentro de mim, que me quer muito, muito mal. Levo a mão ao meu peito e rezo para que esse monstro dentro de mim continue preso, mas talvez já seja tarde demais, sempre que eu o sinto já é tarde demais.

Eu poderia me cortar agora, eu sei que isso faria meu mundo voltar ao normal pelo menos por alguns minutos, mas eles me tiraram todas as giletes, todas as facas e lâminas, eles me observam aonde quer que eu vá, eles nunca me deixam sozinha. Mas agora, agora mesmo, quem deveria estar me vigiando está dormindo, eu poderia me cortar, eu poderia... Mas me contento em fumar um cigarro escondida, é o que tem para hoje, é o que eu posso fazer. Fumar não vai me levar de volta para a clínica, os cortes vão. E eu não posso voltar, não agora, não tão rápido, não, não. Eu vou lutar por quanto tempo eu conseguir, mesmo que meu mundo esteja desmoronando como agora a pouco e tudo esteja muito estranho, eu vou lutar. Eu devo isso para as pessoas que não desistem de mim apesar de tudo, mesmo depois de três internações e muitos abusos por minha parte. Eu devo isso, principalmente, para mim mesma. Porque eu não desisti de mim mesma mesmo sabendo a gravidade dos meus problemas e convivendo com eles diariamente, eu não desisti, ainda não, já cheguei perto, muitíssimo perto, mas ainda estou aqui, talvez não tão firme e forte, mas o mais forte e firme que eu posso ser.

As coisas podem não estar muito bem agora, eu posso ter medos bobos e acreditar em besteiras que minha mente me faz acreditar, mas eu posso escrever, eu sempre posso escrever e isso me ajuda muito. Gosto de colocar meu sofrimento no papel, permite que eu me afaste um pouco dele e enxergue as coisas com um pouco mais de clareza. Permite que eu respire com um pouco mais de calma e com sorte... Com sorte tudo passa. Para depois voltar, sempre volta, mais fraco ou mais forte, cedo ou tarde. E lá vou eu de novo. Meus pés caminham sem destino, minha mente uma bagunça. Quem sou eu? Por que eu faço o que estou fazendo? Para onde estou indo? E em algum momento as lágrimas não serão o bastante, em algum momento eu vou precisar sangrar de novo, é uma das poucas coisas que eu tenho certeza na minha vida. O que eu posso fazer agora é tentar estender o tempo bom ao máximo, é o que eu faço, é pelo que eu luto por.

[Por Sabrina Silva

Visite meu blog! -> http://yoyo-sah.blogspot.com.br/]
15 de set. de 2013

Mindfulness (Atenção Plena) - Exercícios para a prática



(não sabe por que diabos eu tô falando de Mindfulness ou o que é isso? Leia este post aqui e este aqui.)

Instruções para a prática da Atenção plena: 

1. Escolha um foco. O primeiro passo é decidir como você vai praticar a atenção plena. A medida que você aprende e pratica mais, descobrirá que vai estar naturalmente vivendo sua vida de forma mais consciente. Mas, por agora, você precisa escolher deliberadamente o que vai fazer de com atenção plena. Você pode praticar de infinitas maneiras, porque em tudo que você faz, pode trazer a Atenção Plena a esta atividade - respiração, assistir TV ou ler um livro, conversar com alguém, dirigir, comer, andar - a lista não tem fim. Então o passo número um é escolher sua atividade

2. Preste atenção: O segundo passo é trazer sua atenção para o foco que você escolheu. Se você está caminhando de uma maneira consciente, por exemplo, você precisa prestar atenção À sensação de seus pés tocando o chão, talvez note o vento no seu rosto, escute um cão latindo. Você observa o brilho do sol e sente seu calor em sua face. Se escolheu comer como foco, você vai trazer sua atenção completa a esta atividade, percebendo o cheiro da comida, sua textura, como seu corpo reage à antecipação de provar a comida e por aí vai. Qualquer que seja o foco escolhido, traga toda sua atenção a ele no momento presente.

3. Perceba quando você se distrair: O terceiro passo é perceber quando sua atenção se desviar do foco. Veja que eu disse quando sua atenção se distrair, não se! Isso é inevitável, nosso cérebro gera milhares de pensamentos todos os dias, então sua atenção vai perder o foco em algum ponto. Isso não significa que você está fazendo algo errado, significa que é humano!

4. Sem julgamento retorne ao seu foco: Não se julgue por se distrair, simplesmente perceba que isso aconteceu e se traga de volta, redirecionando sua atenção ao seu foco. Isso pode ser difícil, especialmente se você é alguém que tem a tendência a se julgar; você pode se dar conta que está se julgando por não estar fazendo "direito", por exemplo. Ao invés de cair no velho hábito, veja se pode simplesmente aproveitar esta oportunidade para retornar a atenção ao momento presente e à atividade à qual você estava se focando. Algumas vezes ter uma "frase pronta" - como "ops, me distraí!" ou "de volta ao presente" - pode ajudar a evitar este auto-julgamento.

5. Repita: O último passo é repetir os passos 3 e 4 várias vezes. Em outras palavras, perceba quando se distrair e de uma maneira sem julgamentos retorne ao foco. Pode ser que você se dê conta que precisa fazer isso repetidamente no espaço de um minuto. Tudo bem! a Atenção Plena não tem a ver com o foco, e sim com conseguir retornar ao presente quando você percebe que não está mais lá.

(fonte: Calming the Emotional Storm - Using Dialectical Behavior Therapy Skills to Manage your Emotions & Balace your life. SHERI VAN DIJK, MSW)

* Vou continuar postando sobre Mindfulness, dando alguns exercícios... Espero que consiga ajudar a vocês começarem a construir uma vida ainda mais a pena de ser vivida!

Boa semana!



13 de set. de 2013

Mindfulness (atenção plena) - benefícios e prática (2)




Neste post aqui eu comecei a falar de desregulação emocional e os benefícios do Mindfulness - chamado em português pela terapia cognitivo comportamental de atenção plena - para o TPB. 
Lembrando: Mindfulness é estar intencionalmente consciente do momento presente, sem julgamento, se permitindo a vivê-lo, sem focar em outra coisa.

Como o mindfulness aumenta a consciência de si mesmo, praticá-lo ao longo do tempo ajuda a responder a uma situação ao invés de simplesmente reagir. Estes são alguns fatores que contribuem a isso:

- Focar no presente diminui a dor emocional

Muitas vezes nosso sofrimento ou ansiedade é ligado a algo que está relacionado ao passado ou ao futuro: lembrança de um relacionamento que acabou, de uma morte, ou angústia por algo que está por vir, como um encontro, uma prova, entrevista de emprego, a possibilidade de encontrar alguém que não queremos encontrar se sairmos na rua. Estas coisas nos trazem sentimentos como raiva, tristeza, culpa, vergonha... Grande parte das pessoas que sofrem de algum transtorno de ansiedade vivem o futuro, experienciando os momentos que elas temem como se elas tivessem acontecendo naquele instante.

Focando no momento presente, ou seja, praticando a atenção plena/minfulness, ajuda a prevenir as emoções dolorosas de aflorarem, te ajudando a estar consciente de quando você estar vivendo no passado ou no futuro.

- A Atenção Plena tem um efeito calmante
Como o resultado de se viver mais no momento presente diminui a frequência de emoções dolorosas, você vive mais relaxado. Exercitar a Atenção Plena necessita de que se faça uma coisa de cada vez. Fazer tudo no mesmo momento é extremamente estressante e tirar este peso da rotina tem um efeito calmante.

Prestando mais atenção ao que está vivendo no momento presente faz você se dar conta do prazer em fazer coisas que não percebia antes, como escutar os pássaros, cuidar do seu gato, caminhar.

- A Atenção Plena melhora a concentração e a memória. 
Muitas vezes esquecemos aonde colocamos a chave, para que dia marcamos a consulta no médico ou até mesmo a água no fogo. Isso acontece porque fazemos uma coisa pensando em mil outras, e a consequência é que não vivemos nenhuma delas. Tendo consciência do que se está fazendo no mesmo instante nos faz lembrar com mais facilidade das etapas em que realizamos as tarefas diárias.

O objetivo da Atenção Plena:

Na verdade não há objetivos nesta prática. O foco é simplesmente estar. é simplesmente se permitir viver o momento presente com aceitação, sem expectativas ou julgamentos, sem desejar estar em outro lugar ou tentar ser algo diferente. 

Como praticar a Atenção Plena:

A idéia do Mindfulness pode parecer relativamente simples: focar no momento presente com aceitação. Porém, colocar isso em prática é um pouco mais complicado. No mundo Ocidental aprendemos que o ideal é fazer várias coisas ao mesmo tempo. No nosso dia-a-dia, por exemplo, assistimos TV enquanto comemos, ao mesmo tempo que mexemos no Facebook e conversamos. Sem contar a parte do julgamento, crescemos com os conceitos do que é "bom" e "ruim", "certo" e "errado".

Ao retornar ao conceito de Mindfulness - fazer uma coisa de cada vez, no momento presente, com toda sua atenção e aceitação - você pode perceber que há uma variedade infinita de maneiras de praticar a atenção plena. qualquer coisa que você for fazer, pode ser de uma maneira consciente: escutar música, assistir TV, conversar com alguém, comer, dirigir, brincar com seu gato... Se focares toda a sua atenção na atividade, no momento presente, com aceitação. Então, se você está praticando a atenção plena ao escutar música, caso toque uma que você não goste ao invés de pensar: "odeio esta música" e passar para a próxima, você simplesmente deve prestar atenção nos pensamentos e sentimentos que vem a tona. Ou se você está (como eu agora) escrevendo e o som alto da televisão na sala te tira a atenção, ao invés de pensar: "que saco, não consigo acabar!", você presta atenção nos seus sentimentos: "Estou experienciando uma vontade de gritar para que alguém desligue a porcaria da televisão". Em ambos os casos você vai perceber os pensamentos e sentimentos que aparecem, reconhece-los e gentilmente (sem julgamento) retornar a atenção para a atividade.

Claro que algumas vezes a atenção plena é mais fácil de praticar do que em outras. O importante a ser lembrado é que pode parecer difícil, mas isso não significa que você deva parar de praticar. Pelo contrário, mindfulness vai ajudá-lo a aprender que você não deve reagir a todo e qualquer sentimento que tem, você pode ter consciência deles sem ter que fazer mais nada.

(fonte: Calming the Emotional Storm - Using Dialectical Behavior Therapy Skills to Manage your Emotions & Balace your life. SHERI VAN DIJK, MSW)

* É, eu ainda não escrevi meu texto pessoal sobre a felicidade (vai rolar, tenho que me inspirar), mas como eu havia falado antes, nesta Semana da Felicidade que instaurei aqui no B-G quero postar também formas para ajudar todo mundo a se sentir um pouco melhor. Eu venho praticando o mindfulness já faz algum tempo, e isso tem me ajudado bastante. Toda vez que me pego pensando em algo que me dói (o fdp do meu ex-namorado na maioria das vezes) ou ansiosa por alguma coisa, tento focar no momento presente. Se estou fumando, por exemplo, começo a notar tudo: como eu me sinto a medida que o cigarro vai sendo consumido, como está meu corpo, a pressão de meus lábios no cigarro, a fumaça que sai... Isso me faz viver o agora e não momentos que muitas vezes são criados pela minha mente, e outras vezes são a mesma mente teimando em me levar a momentos que não acontecerão mais.

Gente, parece bobo mas não é. Eu li a primeira vez e fiquei meio incrédula, mas a medida que vou praticando (como agora, por exemplo) fico mais consciente dos meus sentimentos, de minhas reações. Não é milagre não, com certeza, mas ajuda. Demais. além de tudo é usado sim como parte importante da Terapia Comportamental Dialética e Cognitivo Comportamental, comprovadamente eficazes no tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline.


O Borderline e qualquer outro transtorno não é simplesmente um fardo que temos que carregar e ponto. Há formas de fazer com que tenhamos uma vida que valha a pena ser vivida. Falo mais: isso é para qualquer pessoas, com ou sem transtorno, doença ou qualquer coisa. Os problemas não são algo que foram jogados sob nossos ombros por alguma ira divina. Eles simplesmente fazem parte, as adversidades fazem parte, e a escolha é nossa de como lidar com isso.


(especial pra querida da Ellen :*)


12 de set. de 2013

DA INESPERADA VISITA




“Felicidades se encontra é nas horinhas de descuido”... Foi Guimarães Rosa quem disse e eu humildemente concordo com ele. 

Felicidade não tem compromisso com hora ou lugar, ela simplesmente vem e mora... Até ter vontade de se mudar pra outro canto, até se pintar de outra cor. Até ser outra canção pra se dançar e deixar leve o espírito.

Eu bem acho que isso de ser feliz é coisa de não existir. Conjuga-se a felicidade com o verbo ‘estar’, que implica transitoriedade, que não dá ao sujeito a ilusão de ficar pra sempre. Por que não é de praxe dos sentimentos a condição estática. Por que é da efemeridade o seu entendimento... Então, se bate à porta a tal felicidade, é preciso que o sujeito descuidado a perceba e lhe dê o melhor acolhimento possível. Trate-a feito a visita mais importante, dê-lhe absoluta atenção e disponibilidade pelo tempo deliciosamente indeterminado. 

O sujeito feliz faz feliz a toda a gente. E depois, quando ela vai embora, talvez sem despedida ou demora, até as saudades ficam por um bocado de tempo cheirando à felicidade. Tudo quanto é pensamento remete à sua visita encontrada na horinha inesperada. E o sujeito sabe que, quando houver outra hora descuidada, é preciso beber um gole generoso da sua bebida. É preciso mordê-la com gulodice, amarrota-la de beijos sem a mínima cerimônia.

A felicidade, às vezes eu penso, que seja logo ali no sorriso do menino. Eu gosto quando ela está no olho de quem eu amo. Eu sorrio quando ela se espalha, ainda que efêmera, e contamina um bocado de gente.

A felicidade tem vezes de ser ligeira, mas toda a vida é massa.


* Post da blogueira convidada (de honra) Milene Lima, do blog Inquietude. Mais uma visão muito linda dessa coisa que a gente acha tão difícil de conseguir, a tal da felicidade... ;)

Mi, AMEI. Arrasou. Como sempre.


11 de set. de 2013

Das ilhas de felicidade...


Domingo à noite abre-se uma janela inbox onde alguém me lança um desafio...
Escreva sobre a felicidade...-me diz ela...
Mas se pra qualquer um no mundo "normal" viver no Brasil em 2013 já é mais do que motivo pra ver dificuldade em escrever sobre a felicidade, imagine-se sendo um não borderimerso no mundo border até o pescoço...
Pensei, pensei, pensei e repensei sobre o assunto e (vocês vão cansar de ouvir falar nele...) a voz do meu avô ecoou em minha mente dizendo:

O caminho é mais importante do que o destino.... afinal ele é escolha sua!


Bem.... me veio também MIlan Kundera e sua magnífica teoria da insustentabilidade da leveza.... E bem... vamos ao que saiu desse pensar, repensar e tecer ligações absurdas entre Milan Kundera e Walter Garcia...

Pus-me a pensar nos motivos que levam o caminho a ser mais importante que o destino e me veio a ideia de que o destino de todos nós é o mesmo e leva do nascimento à morte, assim o que nos diferencia uns dos outros é o que fazemos entre um momento e outro.... se todos os caminhos levam a Roma, pouco importa como seja Roma... importa o que vc é capaz de aprender e discernir ao longo do caminho... 
Muitos me perguntam como lido com a infelicidade, principalmente quando as mazelas transbordam pelos olhos... mas, mazelas todos temos e em terra de mimimi quem consegue transbordar as mazelas e ver-se livre delas é rei... e eu me sinto rainha!! Não pq seja mais ou melhor.... mas pq eu posso dizer que conheço a felicidade e que ela me parece amiga íntima... não mora comigo mas me visita com frequência e ainda toma um chá...

Mas o paradoxo não esta em eu ter uma relação assim tão estreita com a felicidade...  o paradoxo está em minha escolha sobre a posição a tomar diante da única escolha real a fazer... 

Todos nós estamos em um deserto... e diante de nós existem pequenos oásis onde habita a paz e a felicidade...
Podemos maldizer as areias escaldantes e ignorar o oásis crendo que não passa de uma maldita ilusão de nossa mente infeliz nos torturando com imagens do inatingível... Podemos deitar âncoras no oásis e nos entregarmos ao medo de encarar as areias escaldantes maldizendo-as por nos cercar indefinidamente... ou podemos ainda estar no oásis cientes de que ele nos é benéfico e favorece ao restabelecimento das energias para encarar as areias escaldantes até nosso próximo oásis...

Segue um trecho de A insustentável leveza do ser , de Milan Kundera e o link para o filme homônimo... garanto que é uma excelente experiência pra se levar ao longo do caminho...



“Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está a nossa vida, e mais ela é real e verdadeira. Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semi-real, que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificantes. Então, o que escolher? O peso ou a leveza?”

“Não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso que faz com que a vida pareça sempre um esboço. No entanto, mesmo ‘esboço’ não é a palavra certa porque um esboço é sempre um projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é a nossa vida não é o esboço de nada, é um esboço sem quadro.”



10 de set. de 2013

Sobre a felicidade



Talvez a felicidade não se encontre em uma vida estável, onde todos os dias sejam de sol e nada pareça ser capaz de perturbar a calmaria. Não... A felicidade se encontra em momentos que vem e vão, fugazes, as vezes quase imperceptíveis. Um sorriso, um abraço, uma palavra, o silêncio que diz mais do que qualquer outra coisa. E é exatamente por isso que toda e qualquer pessoa tem a chance de ser feliz. Porque não importa o quão ruim sua vida esteja, esses pequenos momentos ainda vão existir, é só você valorizá-los ao invés de esquecê-los. Nada é tão ruim que dure para sempre, é o que eu acredito. Preciso acreditar nisso para conseguir seguir em frente, principalmente quando as coisas vão mal. Principalmente quando uma sensação ruim começa a rondar minha vida, que é como eu me sinto na maioria dos dias, como se algo muito ruim estive prestes a acontecer, o que diminui até quase desaparecer qualquer coisa boa que possa estar acontecendo. É o medo que adianta o sofrimento, que me faz lembrar todos os dias onde eu já estive, e para onde eu posso voltar a qualquer momento. É torturante, arrasador.

Mas não é sobre isso que eu quero falar hoje. Hoje eu quero falar sobre a felicidade. Ela está bem aqui, sempre ao alcance, sempre por perto, sempre desvalorizada e esquecida, diminuída, excluída. Por que? Por que nós damos mais valor para as coisas ruins a nossa volta do que para as boas? Por que uma única coisa ruim é capaz de estragar um dia inteiro ótimo? Seria bom se fosse o contrário, seria bom se um único e pequeno gesto ou situação boa pudesse transformar um dia inteiro ruim, mas as coisas não são assim. Quando choramos, não nos lembramos de todos os sorrisos que demos antes dessas lágrimas e muito menos pensamos que ainda teremos infinitos sorrisos pela frente. É como se fosse o fim do mundo, a cada tombo ou tropeçada, o fim do mundo. Como se tivéssemos ido morar em um lugar onde a felicidade não nos pode mais alcançar. E isso não é verdade, não existe lugar no mundo onde não exista um pingo que for de esperança, esperança de que um dia nós iremos voltar a sorrir. Nós iremos voltar a sorrir, pode ter certeza.

Então enxugue essas lágrimas e levante novamente. Não importa quantas vezes você caia, a felicidade continua bem ao seu lado, só basta você se levantar. Não desista. Você tem tanta chance de ser feliz como qualquer outro. É o que eu acredito pelo menos, é o que me faz seguir em frente.

(Por Sabrina Silva.

Visite o meu blog! -> http://yoyo-sah.blogspot.com.br/)
9 de set. de 2013

Desregulação Emocional e Mindfulness - (1)




Desregulação emocional significa que você reage emocionalmente à coisas que a maioria das pessoas não reagiriam, sua reação é mais intensa do que precisava e que você leva mais tempo para se recuperar dela ou para retornar ao seu estado normal (estado basal). As pessoas que tem dificuldade em regular ou administrar suas emoções geralmente sentem dificuldade em tolerar suas emoções e muitas vezes tem problemas para identificar, compreender e expressar como se sentem.

Ela não é incomum. Geralmente anda de mãos dadas com problemas da saúde mental, como o transtorno de personalidade borderline ou transtornos de humor e de ansiedade, mas pode também estar presente em pessoas sem nenhum transtorno específico. Dificuldades em regular suas emoções podem levar a problemas variados em sua vida. Tentar evitar ou tolerá-las podem te levar a se engajar em comportamentos doentios, como beber ou usar drogas, alimentação desregrada, jogos de azar, gastar demais ou práticas sexuais perigosas (como ter relações sexuais com estranhos). A lista continua indefinidamente.

Além disso, seus relacionamentos e sua auto-estima podem sofrer, como resultado de sua inabilidade para gerenciar suas emoções ou dos comportamentos doentios que acabei de mencionar.

O que causa a desregulação emocional?

Infelizmente, quando falamos sobre doenças mentais, há muito que ainda não sabemos. A teoria que prevalece é que não existe uma causa única. É preciso uma predisposição genética ou biológica, juntamente com certos fatores ambientais, para um transtorno em particular se desenvolver.

Com a desregulação emocional não é diferente. Existem evidências que a forma que experienciamos as emoções está conectada dentro de nós, algumas pessoas simplesmente nascem mais sensíveis emocionalmente que outras. 

Mas nosso ambiente também tem um papel importante no desenvolvimento da desregulação emocional, e trauma é um fator em comum para pessoas que tem problemas administrando suas emoções: ter sido abusado fisicamente ou sexualmente ou ter sido negligenciado quando criança, por exemplo. De acordo com a terapia comportamental dialética, um dos fatores que mais contribui para a desregulação emocional é ter crescido em um ambiente de invalidação, onde você foi ensinado que suas emoções estavam erradas ou inapropriadas.

O que é Mindfulness?

Nós vivemos nossas vidas muito no piloto automático, seguindo sem saber muito bem o que estamos fazendo. Você não tem momentos de sua vida em que você gostaria de ter estado mais presente, ao invés de estar com a cabeça no que aconteceu antes ou no futuro? Consegue se lembrar momentos em você estava tão imerso em suas preocupações, sua raiva ou outros sentimentos que perdeu o que estava acontecendo no presente? Isso é estar sem consciência, sem atenção, ou Mindless.

Mindfulness (atenção/consciência) é definido como o ato de prestar atenção propositalmente no momento presente, sem julgamento (Kabat-Zinn 1994). Em outras palavras é estar consciente intencionalmente do momento presente e, ao invés de julgar o que quer que encontre nele, permitir-se se voltar para a experiência.

Focando no momento presente, mindfulness te ajuda a treinar sua mente a controlar para onde sua atenção vai ao invés de deixar sua mente te controlar. Ela não é uma coisa nova. Tem sido praticada no mundo oriental por milhares de anos como forma de meditação é uma parte bem conhecida de práticas espirituais como o Zen-Budismo. 

Inclusive, viver uma vida com mais "atenção" pode aumentar sua alegria pela vida, sua habilidade de lidar com doenças, reduzir o stress, a ansiedade, insônia e melhorar seu sistema imunológico. (Harvard Women's Health Watch 2004). Além disso, ela geralmente traz uma maior consciência de si mesmo, aumenta sua habilidade de tolerar pensamentos perturbadores e ativa o cortex esquerdo pré-frontal, uma parte do seu cérebro que está conectada a experienciar felicidade e otimismo.

O Minfulness ajuda na regulação emocional porque aumenta sua consciência de si mesmo e praticando ele por um tempo te ajudará a escolher como responder a uma situação ao invés de simplesmente reagir quando situações estressantes e emoções dolorosas ocorrem.

(fonte: Calming the Emotional Storm - Sheri Van Dijk, MSW)

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* Não estou mal, mas também não estou 100%. Mas resolvi seguir com uma idéia da lista de e-mails da My Dialectical Life e farei essa semana uma "semana da felicidade". Não precisa ser aquele conceito utópico de estado profundo de contentamento, mas queria passar a semana falando de jeitos de ficar bem, nem que seja naquele momento. Por isso comecei esta série de posts sobre Mindfulness. Vou postar uns exercícios, umas dicas, vale a pena tentar e não te custa nada, e o máximo que pode te acontecer é ficar relaxado... :)

Uma semana linda para vocês!





7 de set. de 2013

Transtorno de Personalidade Borderline e o Bullying




Bullying na infância pode causar mais do que danos físicos e psicológicos no seu filho. Um estudo do Journal of Child Psychology and Psychiatry sugere que bullying durante o ensino elementar pode aumentar o risco da criança de desenvolver o Transtorno de Personalidade Borderline.

Em um estudo com 6.050 mães e seus filhos, os pesquisadores  descobriram os que sofreram deste tipo de violência quando tinham entre 8 a 10 anos tiveram um risco maior de desenvolver os sintomas do TPB. Esta informação se confirmou não importando o tipo de bullying que a criança sofreu.

O estudo levou em consideração outros fatores que contribuem para o Borderline, incluindo hostilidade parental e abuso sexual. Embora estes fatores sejam relevantes para o diagnóstico do transtorno, os pesquisadores reportaram que a relação entre bullying na infância e TPB permanece a despeito da presença desses outros fatores.

Quando o bullying infantil foi crônico, significando que ocorreu entre os 8 e 10 anos, o risco de desenvolver o Transtorno de Personalidade Borderline foi 5 vezes maior que em crianças que não tiveram este problema. Crianças que experienciaram bullying físico e psicológico tiveram sete vezes mais risco de se tornarem borders.

Para ver o estudo completo, publicado em Agosto de 2012 na edição do Journal of Child Psychology and Psychiatry, clique aqui.



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ATENÇÃO: O TEXTO ABAIXO PODE CONTER GATILHOS

* Eu posso dizer por experiência própria que o bullying foi uma das principais causas de eu ter desenvolvido o TPB. Não aconteceu tão cedo, mas a partir de mais ou menos 10 anos de idade, eu sofria muito com a maldade das outras crianças e adolescentes, a medida que eu fui crescendo. Colocavam apelidos horrorosos em mim, falavam pelas minhas costas, riam quando eu passava. Falavam de tudo, do fato de eu ser gorda, de ter o cabelo mais seco... Nunca me achei bonita e hoje em dia são poucas as vezes que isso acontece. Cresci com a idéia que você só seria legal e interessante se fosse magra. Principalmente magra. Tanto que quando cheguei a idade mais adulta sentia nojo quando eu por ventura estava mais magra (devido aos milhares de regimes loucos que já fiz) e recebia cantadas, elogios. Pra mim era como se eu só tivesse valor se fosse magra, de cabelo liso e perfeito. 

Ainda hoje, depois de perder muitos quilos por causa da crise desencadeada pelo fim de meu namoro, fico paranóica de ganhar peso de novo, mas também não consigo fechar a boca. Pelo menos, provavelmente pelos remédios, meu apetite diminuiu drasticamente. A fome não me incomoda mais. Acho que isso acontece quando você fica 14 dias sem comer.

É muito cruel isso que acontece. Esta ditadura de beleza, de status... A única coisa que eu sugiro é que os pais monitorem de perto seus filhos, pois essa violência a gente sofre calado, por vergonha. E ela pode nos perseguir por muito tempo.


4 de set. de 2013

Sobre o Perdão


Hoje vou abrir mão do espaço de expressão do que penso em favor de algo que realmente melhorou meu dia....

SOBRE O PERDÃO

Os quatro estágios do perdão:

1. Deixar passar — deixar a questão em paz

2. Controlar-se — renunciar à punição
3. Esquecer — afastar da memória, recusar-se a repisar
4. Perdoar — o abandono da dívida

DEIXAR PASSAR
Para se começar a perdoar, é bom deixar passar algum tempo. Ou seja, é bom deixar de pensar provisoriamente na pessoa ou no acontecimento. Não se trata de deixar algo por fazer, mas assemelha-se a tirar umas férias do assunto. Isso ajuda a evitar que fiquemos exaustas, permite que nos fortaleçamos por outros meios, que tenhamos outras alegrias na vida.
Esse estágio é um bom treino para o abandono definitivo que mais adiante advirá do perdão. Deixe a situação, a recordação, o assunto, tantas vezes quantas for necessário. A idéia não é a de fechar os olhos, mas a de adquirir agilidade e força para se desligar da questão. Deixar passar envolve voltar a tecer, a escrever, ir até o mar, aprender e amar algo que a fortaleça e deixar que o tema saia do primeiro plano por um tempo. Isso é bom e é medicinal. As questões de danos passados irão atormentar a mulher muito menos se ela garantir à psique ferida que lhe aplicará bálsamos medicinais agora e que mais tarde tratará do assunto de quem provocou tal ferida.

CONTROLAR-SE
A segunda fase é a do controle, especificamente no sentido de abster-se de punir; de não pensar no fato nem reagir a ele seja em termos grandes, seja em termos pequenos. É de extrema utilidade a prática desse tipo de refreamento, pois ele aglutina a questão num único ponto, em vez de permitir que ela se espalhe por toda a parte. Essa atitude concentra a atenção para a hora em que a pessoa se dirigir aos próximos passos. Ela não quer dizer que a pessoa deva ficar cega, entorpecida ou que perca sua vigilância protetora. Ela pretende conferir um prazo à situação para ver como isso ajuda.
Controlar-se significa ter paciência, resistir, canalizar a emoção. Esses são medicamentos poderosos. Faça tanto quanto puder. Esse é um regime de purificação. Você não precisa fazer tudo; você pode escolher um aspecto, como o da paciência, e praticá-lo. Você pode se abster de palavras, de resmungos punitivos, de agir de modo hostil, ressentido. Ao evitar punições desnecessárias, você estará reforçando a integridade da alma e da ação. Controlar-se é praticar a generosidade, permitindo, assim, que a grande natureza compassiva participe de questões que anteriormente geravam emoções que iam desde a ínfima irritação até a fúria.

ESQUECER
Esquecer significa afastar da lembrança, recusar-se a repisar um assunto — em outras palavras, deixar de lado, soltar, especialmente da memória. Esquecer não quer dizer entorpecer o cérebro. O esquecimento consciente consiste em deixar de lado o acontecimento, não insistir para que ele permaneça no primeiro plano, mas permitir que ele seja relegado ao plano de fundo ou mesmo que saia do palco.
Praticamos o esquecimento consciente quando nos recusamos a invocar o material inflamável, quando nos recusamos a mergulhar em recordações. Esquecer é uma atividade, não uma atitude passiva. Significa não trazer certos materiais até a superfície, nem revirá-los constantemente, nem se irritar com pensamentos, imagens ou emoções repetitivas. O esquecimento consciente significa a determinação de abandonar a prática obsessiva, de ultrapassar a situação e perdê-la de vista, sem olhar para trás, vivendo, portanto, numa nova paisagem, criando vida e experiências novas em que pensar no lugar das antigas. Esse tipo de esquecimento não apaga a memória; ele simplesmente enterra as emoções que cercavam a memória.

PERDOAR
Existem muitos meios e proporções com os quais se perdoa uma pessoa, uma comunidade, uma nação por uma ofensa. É importante lembrar que um perdão "final" não é uma capitulação. É uma decisão consciente de deixar de abrigar ressentimento, o que inclui o perdão da ofensa e a desistência da determinação de retaliar. É você quem decide quando perdoar e o ritual a ser usado para assinalar esse evento. É você quem resolve qual é a dívida que você agora afirma não precisar mais ser paga.
Algumas pessoas optam pelo perdão total: liberando a pessoa de qualquer tipo de reparação para sempre. Outras preferem interromper a reparação no meio, abandonando a dívida, alegando que o que está feito está feito e que a compensação já é suficiente. Outro tipo de perdão consiste em isentar a pessoa sem que ela tenha feito qualquer reparação emocional ou de outra natureza.
Para certas pessoas, finalizar o perdão significa considerar o outro com indulgência, e isso é mais fácil quando as ofensas são relativamente leves. Uma das formas mais profundas de perdão está em dar ajuda compassiva ao ofensor por um ou outro meio. Isso não quer dizer que você deva enfiar a cabeça no ninho da cobra, mas, sim, ser sensível a partir de uma postura de compaixão, segurança e preparo.
0 perdão é onde vão culminar toda a abstenção, o controle e o esquecimento. Não significa abdicar da própria proteção, mas da própria frieza. Uma forma profunda de perdão consiste em deixar de excluir o outro, o que significa deixar de mantê-lo à distância, de ignorá-lo, de agir com frieza, condescendência e falsidade. É melhor para a psique da alma restringir ao máximo o tempo de exposição às pessoas que são difíceis para você do que agir como um robô insensível.
O perdão é um ato de criação. Você pode escolher entre muitas formas de proceder. Você pode perdoar por enquanto, perdoar até que, perdoar até a próxima vez, perdoar mas não dar outra chance — começa tudo de novo se acontecer outro incidente. Você pode dar só mais uma chance, dar mais algumas chances, dar muitas chances, dar chances só se... Você pode perdoar uma ofensa em parte, pela metade ou totalmente. Você pode imaginar um perdão abrangente. Você decide.
Como a mulher sabe que perdoou? Você passa a sentir tristeza a respeito da circunstância, em vez de raiva. Você passa a sentir pena da pessoa em vez de irritação. Você passa a não se lembrar de mais nada a dizer a respeito daquilo tudo. Você compreende o sofrimento que provocou a ofensa. Você prefere se manter fora daquele meio. Você não espera por nada. Você não quer nada. Não há no seu tornozelo nenhuma armadilha de laço que se estende desde lá longe até aqui. Você está livre para ir e vir. Pode ser que tudo não tenha acabado em "viveram felizes para sempre", mas sem a menor dúvida existe de hoje em diante um novo "Era uma vez" à sua espera.


(Clarissa Pinkola Estés In: Mulheres que Correm com os Lobos)

***
3 de set. de 2013

Corda-bamba



O vento bate em meu rosto suado e eu dou mais um passo a frente. A corda bamba sob meus pés parece balançar mais a cada novo passo. Lá embaixo o precipício me aguarda e a frente o horizonte se estende para sempre. As vezes eu fico muito cansada, mas eu tenho que seguir em frente, não há outra opção. Tenho péssimas lembranças dos meus tombos no passado, eu simplesmente não posso cair de novo. Então dou mais um passo vacilante e mais outro, e mais outro. Talvez com o tempo eu me acostume com essa corda bamba, até ela parecer tão firme quanto um caminho largo de pedras. Pode ser só uma questão de tempo, de treino. Quem sabe? É uma batalha um tanto solitária, mas de vez em quando, se eu me concentrar, posso ouvir as pessoas que me amam torcendo por mim e isso é ótimo. E eu sei que elas estão ao meu lado, mesmo que muitas vezes eu não as posso ver.

Aos poucos nós nos acostumamos com as coisas do jeito que elas são e eu não questiono mais porque minha vida precisa se equilibrar em uma corda tão instável. Isso não me faz mais chorar de raiva ou invejar a vida alheia, não tanto quanto antes pelo menos. Eu só sigo em frente e tento dar o melhor de mim dentro das minhas limitações e está tudo bem... Está tudo bem se para mim a vida parece um pouco mais complicada, está tudo bem se as vezes eu perco o controle, está tudo bem. Está tudo bem se as pessoas se assustam quando veem meus braços e se eu sou julgada por isso. Está tudo bem se as vezes eu caio e preciso ser internada por isso... Está tudo bem. Se apesar de tudo eu conseguir ter uma vida, está tudo bem. E eu tenho, eu tenho uma vida que continua apesar de tudo, que ainda me espera com momentos gloriosos pela frente. Então nem tudo está perdido.

Os momentos ruins passam tanto quanto os bons e é você quem escolhe qual deles será o mais importante para você mesmo. Sabe... Quando você está em um lugar alto demais e corre o risco de cair, eles falam para você não olhar para baixo, mas eu adoro olhar para baixo, adoro ver tudo o que eu estou vencendo a cada passo. E acredite, isso não é pouca coisa. Olhe para baixo. É melhor estar no alto balançando ao sabor do vento do que atolado na lama no fundo do penhasco.

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